terça-feira, 27 de outubro de 2009

Outubro de 2009, finalmente!

Peço desculpa por este recuo histórico repentino, mas é que andei a vasculhar uns textinhos já assim pró antigos e não resisti a publicá-los.

Prometo que a partir de agora vou tecer um pensamento organizado cronologicamente (muito boa esta) de modo a que todos (ou, pelo menos, aqueles com um grau de inteligência acima da média :p) percebam o que por aqui se vai passando. Vou tentar, báh...

Pronto, hoje, dia 27 de Outubro de 2009, é a última vez que publico aqui textos antigos, recordações passadas. É que me deixei levar pelo entusiasmo e quando me apercebi, já nem eu sabia de que altura era aquilo que estava a postar. Mas enfim... O que escrever a partir de hoje será tudo aquilo que me tem atormentado nestes dias e não o que me atormentou à dois anos atrás ou coisa que se pareça...

Bom, até ao próximo post! :D

Querer vs. Não Querer

[2009 - 1 = 2008 xD]


"Agora, uma coisa sei: o passado já não faz parte de mim da mesma maneira que fazia há bem pouco tempo. Sei que aquele choque, aquele sofrimento, aquela dor que veio dum momento para o outro, também se foi embora em pouco tempo.

Finalmente, consegui limpar o passado. Consegui perceber o que não queria. Mas, nem tudo está resolvido. Parte da minha angústia desapareceu, mas ainda restam algumas dúvidas…

Quando penso nisto, uma sensação de incómodo, de mal-estar passa por mim. Mesmo quando se vai embora, deixa ficar os arrepios, as lembranças…

Tudo porque sei o que não quero, mas não tenho a certeza do que quero. Será que é a ti? Ou será outra pessoa que ainda não conheço? Ou até alguém que tem estado por perto?

É nisto que tenho pensado todas as manhãs, quando vou para a escola, todo o dia, quando as aulas se tornam desinteressantes, todas as tardes, no caminho para casa e todas as noites, quando adormeço. E sempre acompanhada pelo meu “mundo”, pelo teu “mundo”, aquele que fez com que as nossas vidas se cruzassem – a Música.

Ao som da música recordo os poucos segundos em que os nossos olhares se cruzaram e tento recriar novos momentos. Momentos que me vão saciando a alma enquanto o meu coração não sabe o que quer."

Conclusões de final de ano...2008, claro!

Felicidade

"A felicidade não é aquilo que muitas pessoas pensam. Não são os resultados, os materiais… a verdadeira felicidade vem do esforço, dos momentos…

Eu percebi isso. Percebi que, na minha vida, o que me deixou mais feliz foi todo o trabalho que tive e o momento em que provei aquilo que sabia e não o resultado propriamente dito. É claro que é muito bom ouvir montes de pessoas a dar-nos os parabéns pelos nossos resultados e a sorrir orgulhosamente. Mas aquilo que guardo não foi o número, a percentagem, a nota… aquilo que ficou gravado na minha memória foi a altura em que mostrei o que valia e o momento em que me elogiaram com palavras e não com uma percentagem.

A verdade é que sinto que sim, foi bom ter alcançado este nível. Contudo, percebi que a verdadeira recompensa, aquela que eu mais espero, pode nunca acontecer.

Quem está mais próximo de mim sabe do que falo. A coisa que eu mais queria neste momento, parece que nunca vai chegar. Era aquela viagem…

Para além disso, nunca consegui encontrar a paz, a serenidade com que tanto sonho. Vocês sabem… quando parece que a poeira está a assentar, vem uma grande ventania e levanta tudo de novo. O problema é que, desta vez, a areia parece que não vai pousar… Já tinha passado uma vez por todas estas indecisões… Pensando melhor, já passei por isto duas vezes, mas apenas uma aconteceu de maneira parecida com o que está a acontecer agora.

Eu não sei se aguento… nem mesmo os óptimos resultados de ultimamente me conseguem animar. Tem sido muito difícil descobrir o que sinto.

Tudo isto por causa de dois dias, de alguns olhares e de um lindo sorriso… Bastou ver-te duas vezes, olhar-te por alguns momentos e observar-te sorrindo por breves instantes para que todas as folhas de Outono se levantassem. Agora não as consigo apanhar, porque o vento é tão forte que elas fogem umas para cada lado. Para onde me viro? Para o lado onde está o que existia antes de ti ou para o novo lado que apareceu contigo?

Enquanto não compreendo o meu coração, tento contactar-te. Mas por que é que não deixas? Vá lá, por favor… dá-me algum sinal…

Enquanto isso, fico chorando por saber que sim, tenho o teu sorriso sempre que quiser, mas não, não o posso ter perto de mim…


Não sei se és tu, que estás agora a ler este desabafo, o culpado por toda esta angústia. Mas, se fores, espero que percebas que é para ti que escrevo, é por ti que escrevo."

A minha opinião...

Pena de morte – contra ou a favor

Pena de morte. Quando me questiono acerca deste tema, acabo sempre por obter opiniões e argumentos contraditórios, um “pau de dois bicos”. Depois, para tentar aliviar o meu pensamento, digo para mim própria: “Não tenho de me preocupar com isto. Sou ainda muito nova para me inquietar com estes problemas.” De imediato dou por mim a sussurrar frases bem conhecidas como: “Tenho de aproveitar a vida. Nunca se sabe o dia de amanhã.” Depois, enervo-me ao pensar que nunca sabemos o dia de amanhã, porque é bem possível irmos na rua e sermos raptados e mortos. É também credível que, numa ida ao banco, sejamos tornados reféns dum assaltante que acaba por nos dar um tiro na cabeça.

Todas estas verdades me enchem de vontade de vingança. Vontade de restabelecer a pena de morte no mundo. Nestes momentos, fica em mim um enorme desejo de matar todos aqueles que tiram a vida a inocentes, só porque não são felizes, porque não estão contentes com a sua própria vida.

Depois, como é habitual quando penso na pena de morte, contradigo a minha vontade anterior. Então penso que, se assim fosse, nunca terminariam as mortes neste mundo. Seria um ciclo vicioso, onde o fim deste acabaria sempre por ser o início de uma nova volta. É nesta altura que me identifico com aquela ideia de “Olho por olho, e o mundo acabará cego.”, ou seja, se matarmos quem hoje mata, outros, no futuro, nos matarão a nós por também termos morto, e assim sucessivamente.

Mesmo depois de estar nos dois lados da “balança da pena de morte”, acabo sempre por me deparar com prato do “não à pena de morte” mais pesado. Com isto quero dizer que sou contra esta pena. Sou contra, porque defendo que não se deve castigar alguém que cometeu um crime, praticando outro. Sou contra, porque a justiça nem sempre dá uso ao seu nome. Não é propositado, mas por vezes ocorrem enganos, e a verdade é que existiram pessoas condenadas a esta pena que estavam inocentes, segundo posteriores descobertas. Sou contra, porque a pena de morte é o único castigo que não tem retorno.

Será que vale a pena tomar decisões tão definitivas como a morte? Não seria suficiente prender o criminoso perpetuamente, tentando ensiná-lo a viver uma segunda vez, uma segunda e nova vida? Na minha opinião, tudo isto é possível. Acho que todos merecemos uma segunda oportunidade. E perguntam vocês: “E então aqueles a quem os criminosos tiraram a vida? Quem lhes dá, agora, uma segunda oportunidade?” A minha resposta é esta: “Quem sabe se esses inocentes não estarão também a receber uma segunda possibilidade de viver, mesmo que não saibamos onde.”

[2008]

Mais uma relíquia tirada do fundo do baú :D

[2008, again]


"De mãos dadas com o outro

Dá-me a tua mão.
Não tenhas medo. Ninguém nos derrotará se nos mantivermos juntos. Confia em mim e na minha vontade de te fazer feliz. Prometo que nunca te largarei. Juntos sonharemos alto. Pintaremos este mundo de todas as cores. Com a nossa vontade tocaremos no infinito e quebraremos as barreiras que nos impedem de sermos felizes.

Acredita na minha palavra, porque hoje sou uma pessoa diferente. Não pela minha cor, mas sim, pela minha determinação e confiança. Por favor, acredita em mim. Este sincero pedido vem do fundo da minha existência. Não é um capricho. É uma necessidade. Preciso de estar contigo. Preciso da tua força, da tua alegria, da tua simples vivência. Porque o mundo está contra a nossa união e nunca conseguiremos nada sem nos ajudarmos mutuamente.

Por favor, vem para o pé de mim. Mostra-me o teu olhar. Mostra-me o teu sorriso. Eu preciso mesmo de ti para enfrentar este problema. Preciso das tuas palavras e do teu silêncio. Preciso de tudo isto e muito mais. De tudo o que tens para me dar. Porque, de outra forma, não seremos felizes juntos. De outra forma permaneceremos vivendo na tristeza de se estar sozinho, de não se ter quem se ama.

Tu não queres isso, eu sei. Sei também que sentes o mesmo que eu, o mesmo por mim. Estou certa de que queres acabar com este impedimento que tem estragado a nossa vida. Tudo isto é uma injustiça e tu estás tão ciente disso quanto eu. É muito injusto estarmos separados pelo muro da discriminação, do racismo, do preconceito.

Por favor, mais uma vez te peço: vamos unir-mos e lutar. Temos de lutar, lutar e lutar até conseguirmos aquilo que queremos, um mundo sem segregação social. Para isso, preciso que me dês a mão. Quero sentir o teu toque, o teu cheiro. Quero tudo isto comigo, não longe de mim.

Vem! Mostra-me a tua delicadeza e sinceridade. Mostra-me, acima de tudo, que me amas e que estás disposto a passar por tudo o que for necessário para acabarmos com esta angústia.

Já não aguento mais estar longe de ti e não poder disfrutar da tua companhia. Quero-te comigo, apesar de compreender que é difícil desafiares aqueles que fizeram de ti o homem que és hoje. O homem honesto, compreensivo, carinhoso e que eu amo muito.

Sei que ninguém aceitará que tu, um rei branco, te cases comigo, uma aldeã negra. Contudo, estou confiante que vamos conseguir. Não percas tempo e aproveita esta minha vontade. Estou mais forte do que nunca. Garanto-te que, se me largares agora, a minha coragem se acaba. Acaba-se a minha vida.

Meu amor, não me desiludas. Se vieres comigo, saberei que acreditas em mim. Será uma prova de confiança.

Por favor, realiza este meu desejo. Se vieres comigo e alguma coisa me acontecer durante esta caminhada, ficarei grata, para todo o sempre, ao meu príncipe encantado que não me largou nas minhas últimas respirações, nas minhas últimas palavras, no meu último olhar. Se alguma coisa me acontecer, quero passar o resto da vida contigo, ao teu lado.

Mais uma vez te peço para me dares mão. Seremos os primeiros a enfrentar esta sociedade que julga as pessoas pela cor ou pela raça e tenho a certeza de que vamos conseguir vencê-la! Vamos acabar com esta injustiça que persiste nas nossas vidas. Vamos acabar com o racismo e com a discriminação. Vamos cortar as asas ao preconceito.

Não achas que o Mundo ficará muito mais belo com todas as cores juntas, a formar um arco-íris?"

Porque recordar é viver...

[2008, para a disciplina de Português]


"Meu paraíso distante,

Sabes como é importante para mim encontrar-te. Não percebo por que continuas a esconder-te. Não percebo por que não surges no desfazer desta mesma onda que agora domino. Diz-me, a mim, marinheiro perdido neste azul e infinito mar, por que é que não te consigo descobrir.

Não tenho conseguido nada. O meu sonho está longe de ser concretizado. Apenas tenho aumentado a dor em mim. Dor de todas as derrotas sofridas na diária disputa com este meu inimigo, o mar.

A cada onda que passa sinto a minha esperança afastar-se do meu corpo e mergulhar junto das gotas cristalinas deste imenso mar. Sinto um enorme arrependimento de ter partido sem olhar para trás, onde ficara o meu apoio, a minha família, a minha vida. Não pensei sequer que poderia não aguentar tanto tempo de luta e de busca, tudo sem os que amo. Não imaginei que este quarto cerúleo onde agora vivo me pudesse assombrar com as trevas da solidão, do silêncio. Não calculei como seria viver sem aqueles que me deram, em tempos, este mesmo dom.

Enfim, pensara eu que este destemido marujo que agora te escreve pedindo desesperadamente algum sinal de existência, caísse um dia no vazio de viver sem os que lhe deram a vida.

Espero não me continuar a desiludir ao longo desta caminhada com destino no maravilhoso mundo que tanto desejo encontrar.



Com uma ínfima esperança,

Hans, o marinheiro perdido na solidão"

Ao virar da esquina...

[Algures no longínquo ano de 2007]

Na penumbra do teu ser,
eu te espero, te desejo.
Com esperanças incalculáveis,
de um dia te ter, te pertencer.
É uma necessidade profunda
que não consigo explicar.

Há tempos que vivo nesta incógnita
que ainda não consegui descodificar.
Esse teu olhar deixa-me vulnerável.
Fico frágil…
Deslumbrada, deixo-me levar:
Pelos pedidos de desculpa…
Pelas promessas…
Enfim, pelo amor.

E caio na tua teia!

És impressionante…
Não consigo explicar.
Já caí, e a cair vou voltar.
Porque, quanto mais me agarras,
mais vontade eu tenho de ficar presa.

Já fazem parte da minha vida,
estes mal-entendidos programados que me deixam feliz.

Enfim, eu admito:
Quanto mais vezes caio na tua teia,
mais presa fico a ti.

E assim vivo,
com esperanças de,
ao virar da esquina,
ser apanhada de novo…
Pela tua bela teia!

Sublime

Caderno de turma: mais um pesadelo!! Depois de muito pensar no que escrever para esta nova iniciativa, lá saiu qualquer coisinha...


"A vida é feita de pequenos gestos, simples palavras. São estes momentos que tornam cada dia especial, único. Quando sabemos aproveitar cada pormenor, cada sinal, tudo se transforma, tudo fica mais belo.

Porquê passar o nosso tempo a tratar mal os outros quando lhes podemos apenas sorrir? Porque razão há tanta necessidade de se fazer o mal? Se é tão bom sermos amados, por que nos odiamos?
Realmente, o ser humano é capaz de coisas incríveis. Num momento tratamo-los todos como irmãos e no momento a seguir estamos todos em guerra.

A cada esquina vemos ódio. Em cada olhar, raiva, frieza, uma quase profunda tristeza. Não seria muito mais gratificante, a cada palavra, a cada gesto, sentirmos a felicidade e o amor do outro?

Porque viver é partilhar afectos, transmitir sentimentos e emoções. Tudo se torna mais intenso quando alcançamos a capacidade de viver de coração e alma aquilo que o mundo nos proporciona. Porque nem é mau...

E um dia, quando cada ser humano for capaz de se entregar completamente à sua existência, de dar sem pensar em receber, o mundo será um lugar melhor e a paz reinará.

Espero alcançar essa paz, ser livre e sonhar! Quero fazer de cada momento, um momento especial. Quero que cada gesto meu traga felicidade aos que me amam e espero ser pessoa merecedora do conforto que estes me transmitem.

Cada dia tento captar o mais subtil sorriso, o mais doce olhar, porque a vida é feita destes pequenos nadas..."

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Nada melhor para começar...

Olá a todos!!

Várias foram as tentativas de criar um blogue. Todas falhadas. Mas estou aqui, finalmente, para vos mostrar aquilo que me tem passado pela cabeça e, quem sabe, pelo coração...

Nova iniciativa, e algo que até agora não tinha: inspiração e vontade de levar isto para a frente.

Todo o entusiasmo surgiu à pouco mais de duas semanas, quando recebi talvez o elogio mais marcante que me fizeram até hoje.

"Dentes escangalhados" foram as duas palavras que essa pessoa utilizou para descrever o meu sorriso e para, simplesmente, dizer que o adora.

Para voces, que estão do lado de fora, isto pode parecer tudo menos um elogio. Mas a verdade é que não me senti minimamente ofendida. Antes pelo contrário, o facto "dela" ter dito que adorava todos os dentes que fossem "escangalhados", inclusive os meus, fez com que eu pensasse em muitas coisas.

Percebi que tudo é uma questão de gosto, de preferências, de escolhas... enfim, tudo é relativo.

Porque razão têm de haver medidas perfeitas para tudo, ou quase tudo? Porque é que fazemos cara feia quando olhamos para alguém que tem o nariz torto, ou que é mais gordo, ou então que não tem o "cabelo mais sexy do Verão", ou, simplesmente, que tem os "dentes escangalhados"?

Em tempos, a gordura foi formosura. Mas porque é que isso mudou? Uma mulher que hoje é gozada e olhada de lado por não ter uns 45 quilos e uma barriguinha lisa, se tivesse vivido em tempos passados, teria sido, quem sabe, das mulheres mais bonitas.

Mas que é isto? Não temos o direito de sermos adorados, elogiados, admirados pelos outros?

Foi com este tipo de dúvidas que me confrontei. Foi assim que, finalmente, percebi que, mesmo quando odiamos determinado aspecto em nós, existe alguém que já reparou nisso, parou para pensar, e que se apercebeu de que não é assim tão mau, que afinal existe algo de especial naquela pessoa.

Bonito ou feio, que fique bem ou mal? Não interessa, é o menos importante. O que realmente importa é que pertence a essa pessoa, faz parte da sua identidade única. Só por isso, já é especial!

Depois, não há coisa melhor do que quando nos dizem que gostam disto ou daquilo em nós. Principalmente quando é algo de que nos envergonhamos ou tentamos esconder. Aí, então, é como se nos enchessem o ego, como se a nossa auto-estima subisse tanto que, durante aqueles tempos, nada nos deita abaixo.

É incrível a força que os insultos têm sobre nós, a facilidade com que abalam a nossa confiança. Mas é ainda mais incrível a capacidade que os elogios têm de nos deixar felizes, principalmente, quando são sinceros e vêm de pessoas que sabemos que só nos querem bem. Sim, porque existem muitas pessoas neste mundo capazes de elogiar para ofender, se é que me entendem. Mas esta é uma conversa para um outro dia...

Não sei se consegui, mas o que eu realmente queria, era que a minha primeira postagem fosse tão pura, tão genuína como aquele elogio.