Já não escrevo há uns tempos. 'Como se se apagassem as luzes de onde vem aquela coisa estranha chamada inspiração. A peça corre, vão-se desenrolando as cenas e os actos. Ora entra uma personagem, ora sai outra. O guião, esse, perdi-o há uns dias, semanas talvez...
Não tenho vontade de o procurar. Que façam o que quiserem, as personagens, que digam o que quiserem. Não sou mais uma realizadora. Não dou mais uma opinião. Pelo menos, por agora, enquanto a minha vontade é que sejam os outros a traçar o caminho. Eu os sigo, na estrada ao lado, para não entrar em conflito. No fim, lá chegarei como eles. Provavelmente mais parecida comigo mesma do que eles com eles próprios.
Não me quero meter. Façam a peça à vontade. No fim, aplaudirei da plateia e farei uma ovação em pé. Sorrirei e pensarei "Bela merda que fizeram. Parabéns por serem tão boas pessoas, tão bons colegas, tão bons companheiros e conselheiros. Parabéns pelas personagens tão bem caracterizadas. Parabéns, por serem todos tão falsos."
E no meio de tudo isto, no meio de toda esta gente, algures, por aí, estarão aqueles que realmente importam, que sempre me apoiaram e disseram a verdade, à espera que eu venha embora do Teatro, para irmos todos dar uma voltinha, conversar e sermos nós próprios, porque, com os amigos, os verdadeiros, não precisamos duma personagem!
"Gostaria, muito rapidamente, de sublinhar um aspecto importante desta questão da solidão, (...) É a minha companhia, quando nao me enquadro em certas e determinadas, e mais uma vez, também indeterminadas multidões! Multidões que nunca mais acabam, de gente que por muito que fale, continua sem me dizer nada, Aproveito também para referir um facto engraçado; conheço muita gente, amigos tenho meia dúzia,"
Não tenho vontade de o procurar. Que façam o que quiserem, as personagens, que digam o que quiserem. Não sou mais uma realizadora. Não dou mais uma opinião. Pelo menos, por agora, enquanto a minha vontade é que sejam os outros a traçar o caminho. Eu os sigo, na estrada ao lado, para não entrar em conflito. No fim, lá chegarei como eles. Provavelmente mais parecida comigo mesma do que eles com eles próprios.
Não me quero meter. Façam a peça à vontade. No fim, aplaudirei da plateia e farei uma ovação em pé. Sorrirei e pensarei "Bela merda que fizeram. Parabéns por serem tão boas pessoas, tão bons colegas, tão bons companheiros e conselheiros. Parabéns pelas personagens tão bem caracterizadas. Parabéns, por serem todos tão falsos."
E no meio de tudo isto, no meio de toda esta gente, algures, por aí, estarão aqueles que realmente importam, que sempre me apoiaram e disseram a verdade, à espera que eu venha embora do Teatro, para irmos todos dar uma voltinha, conversar e sermos nós próprios, porque, com os amigos, os verdadeiros, não precisamos duma personagem!
"Gostaria, muito rapidamente, de sublinhar um aspecto importante desta questão da solidão, (...) É a minha companhia, quando nao me enquadro em certas e determinadas, e mais uma vez, também indeterminadas multidões! Multidões que nunca mais acabam, de gente que por muito que fale, continua sem me dizer nada, Aproveito também para referir um facto engraçado; conheço muita gente, amigos tenho meia dúzia,"
in Marccadággua